quinta-feira, janeiro 22, 2009

Tu vestes-me roupa fria!

Tu não gostas de mim, tu tratas-me mal... E vestes-me roupa fria!
Nessa manhã, a conversa nem era comigo. Mas podia bem ter sido.
Onde é que ele aprendeu a regra dos três? Foi algures entre ter percebido que se dizia "lamber" e não "lingar" e "atacadores" em vez de "apertões". Já vê o Parque Jurássico e o Tubarão, é certo, mas ainda acredita na fada da chucha e na fada dos dentes... Já perdeu três e o quarto está a abanar.
O outro é mais pequeno. Só sabe dizer "mamã", "papá", "dá", "leite" e pouco mais. Mas já sabe outras coisas...
Ele grita. Eu grito. Ele grita mais. Eu grito mais. Ele grita ainda mais alto. E eu imito-o. E ele dá uma gargalhada. Também já descobriu o sentido de humor. Tem 14 meses...

quinta-feira, janeiro 15, 2009

Para que servem as outras batatas?

A promoção de ontem no supermercado Joaninha eram as batatas de consumo, a cinquenta cêntimos o quilo. Não eram as anna, nem as de coser, nem as de fritar, nem as biológicas, nem as geneticamente modificadas (com sabor a carne ou a frango ou a outra coisa que possa interessar às famílias com menos dinheiro em tempos de crise) mas sim, as de consumo. São de consumo porque custam só cinquenta cêntimos? As outras deixaram de se consumir (por causa do preço) ou estão impróprias para consumo?

E agora? O que é que fazemos às outras batatas?

terça-feira, julho 15, 2008

sexta-feira, maio 16, 2008

Aaron Sorkin

O nome pode não dizer muito a muita gente. Mas este senhor criou “West Wing” – os Homens do Presidente – e mais recentemente “Studio 60 on the Sunset Boulevard”.
A primeira série foi um sucesso brutal. Durou sete longas séries. E tornou o autor num nome incontornável de Hollywood. A segunda foi um flop nas audiências e só teve uma série. O senhor não desistiu e foi escrever um filme – “Charlie Wilson’s War”... Não se ralou nem um bocadinho com o falhanço do Studio 60...
Provavelmente porque ele sabia que tinha ali uma boa série. Tinha escrito uma série sobre os bastidores de um programa de humor ao vivo. E aquilo funcionava! E o mais interessante é que, tal como em “West wing”, ele mantinha os seus guiões cheios de ideias como esperança, fraternidade, amor, paixão, humor e muita coragem.
Aaron Sorkin não tem medo. Não tem medo de escrever, de abordar temas, de os expor em ficção. E os produtores das suas séries não têm medo de produzir os capítulos, muitas vezes com cenas que os devem arrepiar. O Sorkin não teve medo de escrever sobre os bastidores da televisão nos Estados Unidos com realismos e auto-crítica. E os produtores deram-lhe corda. A série não teve audiências... Mas a verdade é que “West Wing” foi um case study... tal como o House... ou os Sopranos... Séries com conteúdo que se aguentam na América contam-se pelos dedos... E são essencialmente séries da Costa Leste... Hollywood não é apelativo à malta de Nova Iorque, nem ao MidWest... E a própria Hollywood não gosta de se ver retratada...
Mas o Soorkin não está sozinho... Os palermas dos americanos, que nós aqui em Portugal gostamos tanto de olhar de lado e de dizer que são burgessos têm feito arte na televisão e têm-na vendido ao mundo inteiro. Nós, aqui na Europa, salivamos com a forma simples e directa que eles têm de dizer as coisas... Criticamos o Bush, a América da pena de morte, dos fanatismos religiosos... Mas essa América está nas séries de ficção deles...
Acho que o que o Sorkin mais me tem ensinado, é que esta coisa de escrever histórias e depois encená-las e filmá-las tem de continuar a ter um sentido. Por mais comercial, banal, simples ou menos fútil que seja, cada história deve querer dizer alguma coisa... Deve ter uma essência... Algo que a torne especial... E no momento em que está no ar... Única.

quinta-feira, maio 15, 2008

Tenho sono...

Não sabia, senhor primeiro ministro?

Há mentiras e mentiras, senhor primeiro ministro! E essa, do tabaco, é uma daquelas nas quais ninguém acredita... Pois, eu sei... Era pior admitir que se achava acima da lei... mas há mentiras e mentiras... 

As pessoas...


Estão atrás da árvore, escondidas do dinossauro. (JP)

quarta-feira, maio 07, 2008

O da Alice

Buraco por buraco, antes o da Alice...

A depressão...

É um buraco negro que nos engole quando a maré baixa...

sexta-feira, maio 02, 2008

Museu de História Natural... por JP!


Esta é a percepção do JP do Museu de História Natural, de Nova Iorque, depois de ter visto várias vezes o filme "Uma Noite no Museu". A "instalação" tem alguns meses. Ele ainda tinha quatro anos...

A infelicidade de Maria João Ruela

Quero pensar que foi apenas um comentário infeliz. E que o sorriso com que ela o sublinhou -  antes, durante e depois - era nervoso miudinho, por ter percebido a meio a estupidez, a imbecilidade, a frieza do que estava a dizer. E não por achar que tinha tido uma ideia genial, que estava a mostrar um prisma ainda não visto ao público do Jornal da Noite da SIC. Se bem que, visto de casa, o sorriso parecia de entusiasmo puro...
Madeline McCann está outra vez na ordem do dia. Faz amanhã um ano que a criança desapareceu e a SIC anda, há uns dias, a anunciar a reportagem exclusiva que tem para passar nessa data. Hoje lembraram-se de fazer um directo do aldeamento na Praia da Luz, com Maria João Ruela, sorridente, a dizer que se fosse agora, um ano depois, a criança não desapareceria, pois o tal Tapas Bar onde os pais jantaram, fechou, pelo que eles não poderiam lá ir e a criança ainda estaria com eles...
Deduzo que a jornalista não tenha filhos. Prefiro pensar que desconhece o nó no estômago que imobiliza e gela e queima uma mãe que imagina que perdeu um filho numa livraria movimentada, nem que seja só por dois minutos, porque ele se escondeu atrás de uma bancada que tem mais um palmo do que ele... ou porque se enfiou numa tenda na secção infantil do Corte Inglês, junto às escadas rolantes, e em cinco segundos desapareceu da face da terra. 
Imagino que se ela tivesse filhos perceberia porque é que o Tapas Bar está vazio, um ano depois, e  porque é que ninguém quer ir passar férias aquele aldeamento...
Eu sei que os directos são coisas complicadas de fazer, mas o jornalismo tem regras claras. E os jornalistas que têm o privilégio de trabalhar em meios de informação de topo, como a SIC, não podem cometer erros deste calibre. 
É que erros deste tipo não revelam só insensibilidade e falta de civismo. Revelam sobretudo uma falta de noção assustadora do que é o jornalismo independente, sério e responsável. E isso é muito triste. E muito assustador.